Esse texto tem sim a intenção de fazer com que aconteça ai dentro uma reflexão. Eu lanço a dúvida e vocês respondem por conta própria.
Pensem em como as mais diversas invenções humanas tiveram e ainda têm muitas utilidades, para o bem ou para o mal. Armas de fogo, que hoje matam. Carros, que hoje matam. Facas para os churrascos de domingos, que hoje também matam. Do mesmo modo, a influência que seu ego exercerá sobre você vai depender de como você o trata e o encara. Caso não consiga domar a fera, ele se apresenta como seu inimigo.
O ego como inimigo profissional
Não estou falando do já conhecido pensamento de que a arrogância vai te detonar dentro de uma empresa, mas sim de como as suas inseguranças podem ser deliciosamente confortadas pelos elogios, muitas vezes repletos de segundas intenções.
Todos nós somos vendedores. Alguns vendem produtos, outros ideias, outros vendem causas. Para isso existe, dentre vários, um modelo de venda – se assim posso chamar – que ganhou minha atenção: o modelo do castelo. Nós somos feitos de inseguranças e daquilo que mais damos valor – muitas vezes sem deixar explícito. Isso que nós damos mais valor e não deixamos explícito é o nosso castelo. Pode não parecer, mas todo castelo é feito de cartas. Ou de areia.
Portanto, assim que superiores e chefes mal intencionados notarem uma insegurança habitando o castelo do “reconhecimento a toda hora”, por exemplo, os elogios brotam de maneira excessivamente assustadora.
“Você tem sido uma peça fundamental dentro dessa empresa, com uma capacidade incrível de se diferenciar do restante!”
Todos já ouviram algo do tipo, mas quantos analisaram o que de fato foi realmente feito no sentido de “se diferenciar do restante…”?
Os elogios por si só não são problemas e nem apresentam ameaças. O problema começa quando chegam os pedidos e as solicitações vindas depois dos elogios. Seria mais ou menos um: “Eu te elogiei, você é foda, agora preciso que faça isso pra mim…”. Ética, moral, profissionalismo, enfim, muitas vezes são deixados para trás quando existem interesses maiores em jogo.
O ego, quando não tido com cuidado, causa cegueira. Uma vez cegas, as pessoas vão para onde são levadas, sem reais questionamentos e análises.
O ego como inimigo pessoal
O ego vai se transformar em inimigo pessoal quando limitar e bloquear qualquer atitude que seja autêntica e verdadeira de qualquer pessoa.
Você provavelmente já esteve em uma mesa de bar ou em uma reunião informal qualquer onde uma pessoa se passa por “melhor que todos” a noite toda. Conhece todos, sabe de tudo e tem a vida que o pessoal aí fora sonha em ter. Ela é referência em todos os tipos de assuntos (para si mesma, claro).
Essa é uma situação onde o ego se transforma em inimigo pessoal, já que a cegueira não vai deixar enxergar o quanto aquilo não é um diálogo saudável. É chato, é pedante, é meio que “Pelo amor de Deus, eu preciso da aprovação de alguém”.
Outra situação em que o lado obscuro do ego grita “Oi, estou aqui!” é quando a autoconfiança vem sem o restante da fórmula: a humildade.
Já vi cenas onde o equilíbrio foi pro saco e as coisas deram errado. Já vi pessoas cantando a vitória, sem ao menos olhar para frente. Você provavelmente também já viu algo parecido. Veja esse vídeo como uma metáfora desse processo e dê quanta risada quiser:
Esse feito aconteceu em um jogo turco e ilustra melhor o que venho chamando de cegueira ao longo do texto. É literalmente uma cegueira. Não que a pessoa não consiga ver, mas na verdade não quer ver.
O mundinho do ego e a imensidão da realidade.
Um dos problemas, é que ego em excesso prejudica. Mas como então trabalhar isso, dia após dia, para que se tenha um certo controle?
Quer um conselho, siga o seguinte: sempre que você estiver enfrentando um problema sério, pare e imagine o que aquilo significa para o universo, e o quão grande é realmente o seu problema. Chega a ser engraçado o resultado desse pensamento. Engraçado porque a consciência bate e fica claro que aquilo pode sim ser enfrentado, e que acaba sendo mínimo se comparado a tudo isso que nos cerca.
Comecei a entender que esse pensamento não serve somente para problemas, mas também para as vitórias. Assim que vencer algo, chegar a um objetivo, comemore, faça o que der na cabeça, mas saiba que aquilo é a comemoração de uma fase, de uma conquista, e que amanhã novos desafios virão. Desse jeito, evita-se a cegueira.
Se quiser ver isso de maneira mais clara, veja este vídeo abaixo:
E agora o que suas grandes decisões significam para o universo? Quão grande é realmente os seus problemas?
Um post adaptado do blog Papo de Homem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário