Tem gente que diz que o pobre do estagiário deve sofrer no trabalho e que tudo que dá errado é culpa dele. Concordo que não se deve pegar leve com ele, mas sobrecarregá-lo de tarefas é covardia, mas já é algo comum nas empresas que querem economizar dinheiro às custas da exploração das pessoas.
Culpar o menos experiente é muito fácil, mas isso não acontece apenas por que ele comente muitos erros. Esse fato pode indicar alguma deficiência dos colaboradores veteranos. Muita gente se aproveita para fazer do estagiário um bode espiatório que irá encobrir suas incompetências. Os gestores devem ficar atentos para não cair nessa armadilha e punir sempre as pessoas erradas, enquanto o erro continuará sendo cometido futuramente.
Veja do que o estagiários é capaz de fazer.
Estagiário sofre!
Se você é gestor em alguma empresa que tem um estagiário que todo dia leva bronca por algo errado, fique atento aos seguintes aspectos:
- Funcionários experientes estão errando e você não sabe: investigue as falhas que são apontadas como culpa do estagiário. A frequência de um mesmo erro pode ser algum veterano querendo jogar suas deficiências para debaixo do tapete ao invés de corrigí-las;
- Talentos podem estar sendo reprimidos: com tantas reclamações, às vezes humilhantes, um estagiário de futuro promissor pode estar acreditando que realmente não tem competência para conseguir sucesso e então desistir de progredir;
- O estagiário não é o adequado: muitas vezes um estágio é conseguido na base do teste de Q.I (Quem Indique), dispensando a avaliação do perfil da pessoa. A consequência disso é um estagiário que não está conseguindo acrescentar nada ao grupo e um estágio que também não serve ao estudante como experiência profissional.
Se você é estagiário, continue tentando e, por que não, errando. Uma vez me disseram e eu nunca mais esqueci: “só erra quem tenta acertar“. Se reprimir e ficar inseguro, deixando de correr riscos dentro da empresa, não ajuda na progressão da carreira.
Invista no estagiário. Com o perfil de acordo com a empresa e o treinamento e motivação certos, o jovem pode se tornar um grande profissional e comandar o futuro da organização.
Veja os seguintes exemplos abaixo de ex-estagiáros ou ex-trainees que chegaram a presidentes das empresas:
Adilson Antonio Primo, 57, presidente da Siemens no Brasil
Começou sua carreira como estagiário na Siemens AG, na Alemanha, nos setores de geração, transmissão e distribuição de energia no período de 1977 a 1980. Voltou ao país e seguiu carreira executiva na empresa até se tornar presidente da Siemens no Brasil em 2001.
Alexandre Schiavo, 41, presidente da Sony Music
Schiavo entrou na Sony como estagiário em 1992. Trabalhou no departamento de marketing estratégico, vendendo produtos para empresas. Mesmo sem ter sala ou mesa (sentava em cima de uma pilha de papéis na sala de seu chefe), obteve sucesso nas vendas. Foi promovido a coordenador e em seguida supervisor e gerente de marketing estratégico. Chegou a diretor de marketing internacional em Nova York. Em 2005, assumiu a presidência da gravadora.
Gustavo Marin, 52, presidente do Citibank
Marin começou sua carreira no Citibank como trainee executivo no Departamento de Crédito em Montevidéu, Uruguai. Era o ano de 1981 e ele acabara de se formar em finanças pela Universidade de La República daquela cidade. Após ocupar diversos cargos, foi presidente do Citi no Paraguai e no Peru e, em 2005, assumiu a presidência do Citi Brasil. Em 2010, além desse cargo, tornou-se responsável pela gestão do Citi no Cone Sul (Argentina, Paraguai e Uruguai). É membro ativo de diversas entidades, entre elas o Conselho de Diretores da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República.
Ivan Zurita, 57, presidente da Nestlé no Brasil
Ivan Zurita começou sua carreira na Nestlé em 1972, quando ainda era estudante de economia na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo (SP). Passou por diversas áreas da companhia no Brasil e no exterior, entre eles os responsáveis pela produção de iogurte, sorvetes, bebidas, lácteos e produtos culinários. Em 2001, assumiu a presidência da empresa no Brasil.
Luiz Fernando Edmond, 44, ex-presidente da Ambev
Engenheiro de produção formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entrou na Ambev no ano de 1990 na primeira turma de trainees da empresa, ainda denominada Cervejaria Brahma. Atuou nas áreas comerciais, de operações e de distribuição da empresa. Em 1996 tornou-se diretor regional da multinacional na Argentina. Nove anos depois, em 2005, voltou ao Brasil para assumir a direção geral da Ambev, cargo que ocupou até 2008.
Jack Welch, 75, ex-presidente de CEO da General Electric
Engenheiro químico formado pela Universidade de Massachusetts, começou a carreira em 1960, como trainee da General Electric Company, nos Estados Unidos. Em 1972 já era vice presidente da empresa, a qual passou a presidir em 1981. Sua passagem por 20 anos à frente da GE, onde aplicou várias inovações gerenciais, o transformou em um dos mais respeitados líderes de negócios do mundo. É autor de best sellers de gestão de empresas. Aposentou-se na General Electric em 2001, aos 66 anos, e hoje é dirige sua empresa de consultoria.
Kees Kruythoff, 43, presidente da Unilever Brasil
Holandês, formado em economia, o presidente da Unilever Brasil Kees Kruythoff começou sua carreira na Unilever ainda como trainee da área de marketing na Holanda, em 1993. Em 1999 ele foi para a África do Sul como vice-presidente da área de alimentos. Seguiu em 2002 para Ásia com a missão de expandir a empresa. A partir da sede em Xangai, foi o responsável pela construção da marca Lipton em todo o nordeste do continente: Japão, Coréia, China, Taiwan e Hong Kong. Chegou ao Brasil em 2007 para assumir a presidência brasileira em 2008.
Este post é uma adaptação do Blog do Grupo Foco e do Ponto Marketing.
Um abraço a todos.
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