A globalização, os relacionamentos cada vez mais abertos entre empresas e consumidores e o avanço da virtualização fazem com que os cartões de visita, esta herança européia do século XVII (embora já usados na China desde o século XV), sejam cada vez mais úteis e necessários para tornar mais efetivos os contatos pessoais que você faz com clientes, fornecedores e parceiros em potencial, em eventos, reuniões, feiras de negócios e qualquer outra situação social.
Se você ainda não tem ou não usa cartões de visitas, talvez esteja na hora de repensar esta atitude. Mesmo que sua atividade profissional não exija, ou se você ganha a vida on-line, você vai notar o quanto eles são úteis no primeiro evento em que alguém quiser o seu contato e você puder entregar o cartão com todas as informações – e perceber o efeito que isto causa no receptor.
O seu cartão de visitas pode ser a ferramenta essencial que vai comunicar a sua credibilidade, as informações de contato e (idealmente) evocar no portador a lembrança do contato que ele teve com você, no momento em que ele precisar de algo que você tenha oferecido.
Cartões de visita virtuais: sua identidade na Web
Existem alguns serviços que prometem recriar no ambiente virtual a essência dos cartões virtuais, ou seja, um resumo do seu trabalho e meios de contato para interessados.
Fiz alguns testes em alguns serviços e estou utilizando o do About.me.
About.me
Tem um domínio muito bacana para ter um diferencial. Mas não só. OAbout.me, permite adicionar perfis em redes sociais, foto, mini-biografia, além de personalizar a página, mudando a imagem de fundo, cores e tipografia.
Além do domínio, outra grande vantagem do serviço é o sistema de estatísticas de visitação refinado. Dá para ver quantas visitas sua página teve, cliques e links apontando para ela, bem como estatísticas dos serviços — no Twitter, por exemplo, quantas mensagens foram enviadas por dia, com quem você mais conversou, etc.
Clique na imagem para ver o meu perfil no About.me.
App de Cartão de Visita
“Deixe seus cartões no escritório” Essa frase parece soar estranha para você? Mas com essa certeza, não é para quem conhece o novo app Cardcloud para iOS, que permite o compartilhamento de cartões de visita entre smartphones, independente de o outro celular ter o aplicativo instalado ou não.
“O Cardcloud utiliza um caminho simples e confiável, o e-mail. Todo mundo tem um endereço de e-mail, para onde você pode mandar seu cartão”, explica o co-fundador do Cardcloud e CEO Renato Valdés Omos.
O aplicativo já está disponível na App Store, e a versão para Android e Blackberry será liberada “brevemente”, segundo Omos. “O Cardcloud não é apenas uma troca de informações de contato. No cartão, você ainda pode adicionar o local onde você conheceu a pessoa, suas informações de rede social e importar esses dados para sua lista de contatos”, diz.
O app pode não substituir totalmente o cartão tradicional. Mas, com certeza, agrega informações de uma forma que você simplesmente não faz utilizando apenas papel.
Ainda estou testando para ver se realmente é funcional, mas o vídeo é bem convincente.
Confecção de um Cartão de Visitas
A confecção de um cartão de visitas para a sua atividade profissional normalmente é um drama e acaba virando uma odisséia se a pessoa é perfeccionista.
A razão do drama é que quando estamos falando de uma empresa estabelecida e não há aquele interesse em tratá-lo como uma mídia inovadora, a decisão do que fazer constar nele é bem simples, não fugindo muito do feijão com arroz:
- Identidade visual e identificação básica da empresa (ou, na ausência, o nome da empresa, logo, slogan e URL)
- Nome da pessoa e cargo
- Endereço, telefone, e-mail
Mas quando o cartão é pessoal, ou de um profissional autônomo, freelancer ou trabalhador de home office, a coisa não é tão simples, especialmente porque falta o diferencial e as caracteristicas que normalmente é dada pela identidade da empresa, e ficam aquelas dúvidas:
- Estou fazendo um cartão da minha pessoa, da minha atividade profissional, ou das duas coisas?
- Devo tentar responder no cartão a todas as possíveis dúvidas de quem o receber, ou me limitar ao essencial?
- Devo fazer um cartão tradicional, ou inovar no formato?
- Etc., etc., etc.
As principais dicas de confecção de um cartão estão logo abaixo:
- O formato do cartão de visitas: Naturalmente há espaço para variação e criatividade neste ponto, mas se o interesse de distribuir o cartão de visitas for o de gerar contatos profissionais agora e no futuro, há vantagem em escolher um formato padronizado: isso facilita que um cliente organizado consiga colocar o seu cartão no porta-cartões (em forma de pasta, fichário, de bolso ou tantos outros) e localizar você quando a demanda surgir.
- O cartão é da pessoa ou do profissional? Na minha opinião, enquanto você tiver esta dúvida, deve possuir 2 cartões diferentes, e levar ambos consigo onde for, distribuindo-os apropriadamente. Não há nada de errado ou de incomum nisso: quem vive uma realidade de mais de uma atividade profissional já faz isso com naturalidade, e a mesma regra se aplica a quem pensa em usar cartões para contatos não profissionais em paralelo com os dos contatos profissionais. O conjunto das informações que constarão em cada um dos cartões vai variar, claro: por exemplo, um contato no Facebook ou no MSN cabem muito bem num cartão pessoal, ao mesmo tempo em que o seu ramo de atuação não deve faltar jamais no cartão profissional.
- Faça na gráfica: por melhor que seja a sua impressora, por mais fina que seja a serrilha do formulário de impressão que você encontrou no mercado, não vale a pena: não vai ficar igual à impressão e recorte profissionais, e passa uma primeira impressão de amadorismo.
- Cartões especiais: se você vai palestrar em um evento em que estarão presentes muitos clientes em potencial, que tal produzir uma série especial de cartões que faça referência à ocasião e ao tema da palestra? Ninguém que conhecer você lá vai esquecê-lo quando visitar o arquivo de cartões… A mesma técnica vale para outras situações especiais, incluindo viagens de prospecção de negócios.
- Reimprima sempre que algo mudar: nada de ficar corrigindo informações com sua caneta, com um sorriso amarelo – “ah, peraí, o telefone mudou, hehe”. Se mudou, reimprima!
- O truque do celular: se você não fizer constar nenhum número de celular no seu cartão (mas tiver nele um número de telefone fixo), poderá fazer uso de uma das raras ocasiões em que complementar o cartão com a caneta na hora de entregá-lo é visto como algo positivo: quando quiser passar o número do celular, mencione ao cliente que normalmente não repassa aquele número, mas tendo em vista a situação especial dele, ele pode usá-lo.
- O truque da oportunidade de negócio: se você está passando o cartão para alguém que entrou em contato casual (ou seja, não em uma reunião agendada) em um evento em que este possível cliente vai estar em contato com muitas outras pessoas do mesmo ramo, e neste contato tratou sobre alguma oferta ou oportunidade específica, pode ser uma boa ideia anotar esta oportunidade no verso do cartão na hora de entregá-lo, para que ele possa melhor diferenciá-lo depois. Mas se for mencionar algum detalhe específico (preços, promoções, etc.), mencione também uma data de validade para a oferta, para que ele não queira expor você a um “compromisso” meses depois.
- Seja diferente, mas sem exagerar: Se você tiver interesse e o orçamento para isso, pode ser bastante criativo sem sair do formato comum. Use uma cor de fundo, imprima em plástico rígido ou um material emborrachado, coloque um diagrama ou tabela no verso, inclua uma mensagem em Braille (mesmo que ninguém nunca a leia, todos lembrarão de você), arredonde os cantos, imprima em mini-CDs… As possibilidades são infinitas, mas neste caso vale muito a pena seguir com atenção a dica número abaixo.
- Menos é mais: a não ser que haja um profissional do design gráfico envolvido, cuidado com os exageros de forma: variações tipográficas, cores vivas, fundos extravagantes, materiais incomuns, texturas, recortes, etc. são recursos valiosos só quando usados com critério. O mesmo vale para o conteúdo. Colocar a tabela da copa, o calendário lunar e os fones de emergência só serve bem para a mercearia, que quer que o cartão fique exposto na cozinha por alguns meses, e não disponível no arquivo por alguns anos.
- Se puder, consulte um profissional: Um designer profissional conhece e percebe detalhes que os leigos nem imaginam – além de estarem aptos a impedir você de praticar pecados capitais, como usar várias fontes e cores de texto diferentes, pouco contraste ou imagens que chamem mais atenção que seu nome.
- Verifique, e depois verifique de novo, se tudo está escrito certo: Entregue para mais alguém verificar, também. Confira cada número, cada vírgula, cada acento. E se alguma das informações mudar, imprima novos cartões imediatamente – nada de corrigir com caneta o número do celular que mudou!
- Dê destaque para seu nome: O único elemento do cartão que pode ser mais visível do que o seu nome é o logotipo da empresa.
Para completar: cuide bem dos seus cartões. Leve-os em um estojo adequado, fácil de encontrar em qualquer papelaria, não os amasse, risque, molhe, nem deixe o papel mudar de tonalidade. Se algo de errado acontecer com eles, descarte-os e substitua, afinal cartões são um instrumento que ajuda a compor a primeira impressão sobre você!
Idéias de Cartões
Alguns cartões que são ao mesmo tempo bonitos, diferenciados e funcionais. Vamos a eles:
Começamos com a imagem acima, do cartão do Rafael Scavone, da brasileira Jungle IT, que trabalha exatamente com branding. Note o bom uso do verso, dedicado inteiramente à identidade visual da empresa. Na frente, vemos o bom uso dos contrastes entre as 3 cores, o destaque ao nome do profissional e da empresa, o sobrenome em negrito – indicando que ele prefere ser chamado assim, e a ausência de superfluos: temos a marca, nome e e-mail, telefones, URL e era isso – bastante espaço em branco ajudando a reforçar os elementos presentes.
O cartão acima também é um objeto de design gráfico profissional. O autor também faz o mesmo uso do verso exclusivamente para fixar uma identidade visual (não repetida na frente, curiosamente), mas tem uma frente um pouco mais preenchida, com campos em cores variadas, e a presença de um endereço postal, algo que no caso de profissionais on-line vem crescentemente sendo abandonado, pois é (ou ao menos deveria ser) facilmente encontrável visitando a URL, que passa a ser mencionada cada vez com mais destaque.
Compare com o exemplo acima, de um profissional que atua em um mercado não necessariamente associado à tecnologia digital: o dos profissionais marítimos. Fora o logo que sutilmente forma a letra “G” do nome do site dele, o cartão é digno de nota justamente por não trazer um endereço postal, apenas a URL – onde em tese qualquer interessado encontrará o contato físico.
Se a elegância pode muitas vezes ser encontrada nos visuais com o mínimo de elementos possíveis para expressar o seu significado, o cartão acima merece destaque: feito em material transparente, tem as informações essenciais: nome, cargo, nome da empresa, logo e contatos. Para que mais? É possível encontrar este tipo de cartão no Brasil, procurando bem ;-)
Regras não escritas podem muitas vezes ser quebradas com sucesso por quem sabe o que está fazendo, e parece ser o caso do autor do cartão acima: na frente estão apenas as informações sobre a empresa, e no verso há quase um livro: mini-currículo, endereço postal, fone, fax, e-mail e URL. Mas o resultado ficou harmonioso (ainda que chamativo), e quem sabe qual o resultado que ele pretendia obter?
Mesmo um layout bem básico pode se beneficiar de um detalhe que o torne especial. É o caso do cartão acima, que tem um layout que se aproxima do cartão de visitas padronizado que os designers-sobrinhos fazem para seus tios com aqueles formulários picotados que se compra em qualquer papelaria. Logo, nome, cargo e todas as informações de contato possíveis, na horizontal e centralizados em uma única coluna. Mas as bordas arredondadas dão um ar de distinção e acabam sendo o diferencial.
Fechando a lista, um cartão que quebra praticamente todas as regras, exceto a do formato padronizado para caber em fichários. O cartão acima, da Cubicle Ninjas, usa uma imagem forte e um nome criativo para passar uma mensagem, contando com a curiosidade de cada um que não saiba do que se trata, para ir até o site e descobrir, já que há pouquíssimas pistas: nome, telefone, e um e-mail pelo qual podemos descobrir a URL. Mas quem receber um cartão desses e não souber do que se trata, com bastante probabilidade terá a curiosidade de ir investigar o que estes ninjas andam fazendo ;-)
Peço desculpa pelo tamanho do post, mas espero que ajude várias pessoas.
Este post utilizou como fonte Meio bit, Mundo Tecno e Efetividade
Excelente! Ajudou muito
ResponderExcluirFabrício
Muitoo bom, só faltou contatos de lugares que tenham esse diferencial.
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